Muitos têm falado e escrito sobre as crises econômica, religiosa, moral e política do nosso tempo. Alguns, além de falar e escrever tem tentado viver contra a atual cultura. Existem também aqueles que se aventuram em discursos que não conseguem sustentar e aqueles que simplesmente ignoram o assunto.

Muitos de nós, cristãos, temos decidido viver uma visão dualista considerando apenas o que se refere à religião como sagrado e o que se refere ao secular como profano sem antes colocar todas estas coisas sob a luz da palavra de Deus. Esta visão tem limitado a igreja em suas ações, principalmente, referente às crises contemporâneas.

No Cap 4:6 do livro de Oséias, o profeta afirma que o povo estava sendo destruído por falta de conhecimento. Podemos verificar sobre todas as coisas feitas por Deus logo no primeiro capítulo de Gêneses e confirmar que todas as coisas são dEle, e por Ele, e para Ele, conforme a palavra do Apóstolo Paulo em Rm 11:36.

Ora, se Deus fez todas as coisas e se nos deu autoridade e poder, por meio de Jesus Cristo, sobre todo império das trevas (Mt 10:1 e Lc10:19), porque temos escolhidos não nos envolver com situações práticas que impactam diretamente as nossas vidas? Porque temos escolhido deixar de exercer os nossos direitos, como cidadãos, e a nossa autoridade, como filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo? Porque temos deixado de sermos agentes transformadores desta sociedade em crise?

 

Grande parte da igreja contemporânea sofre de uma paralisia escatológica acreditando que apesar de seus projetos, a escuridão continuará a crescer tornando o mundo cada dia pior. Esse pessimismo rouba a motivação para combater os males que nos rodeiam. De acordo com Vishal, autor do livro “Verdade e Transformação”, o sucesso do fascismo, nazismo e comunismo no século XX, além das duas guerras mundiais, destruiu a esperança secular para o futuro da humanidade. Como resultado, a igreja ocidental começou a ler as escrituras com a perspectiva pessimista da sua cultura, embasando em uma teologia dispensacionalista. É como se ela aguardasse com expectativa a destruição do planeta, em vez de tentar reformá-lo.

 

É tempo destas e outras questões começarem a fazer parte das reflexões e debates dentro de nossas igrejas. Como estará em nós o amor de Deus se cerrarmos as nossas mãos e encolhermos os nossos braços enquanto vemos tantos irmãos necessitados (I Jo 3:17) ? Assim como o profeta Oséias viveu dias de caos político e social, e declínio religioso e se posicionou, é tempo da igreja ser agente de transformação social. O Senhor criou a igreja como meio de nutrir as pessoas com a Sua Verdade. O apostolo Paulo disse que a igreja estava destinada a ser coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3:15). É tempo de despertar para que a fé e a razão andem juntas, sem o raciocínio seremos sub-utilizados pelas mãos de Deus que deseja que usemos todo potencial que Ele nos deu.